O mundo financeiro amanheceu em alerta nesta sexta-feira, após aviões de guerra de israel atacarem instalações nucleares iranianas e Teerã responder com mísseis. Imediatamente, o petróleo disparou, chegando a registrar alta de até 13%. Apesar disso, diferentemente de outros momentos históricos, os mercados globais evitaram o colapso total. Embora o ouro tenha subido e as bolsas tenham recuado, não houve pânico generalizado. O S&P 500, por exemplo, encerrou a semana com queda modesta, permanecendo a menos de 3% de sua máxima histórica.

Petróleo em Alta e Impactos Econômicos

Primeiramente, o aumento das tensões no Oriente Médio Israel e Irã elevou o preço do barril do Brent para US$ 78, o maior patamar desde janeiro. Ao longo do dia, a cotação recuou, mas ainda fechou com alta de 7%, refletindo o temor de interrupções no fornecimento global. Como o Irã responde por quase 5% da produção mundial de petróleo, qualquer ameaça à sua capacidade produtiva ou ao fluxo pelo Estreito de Ormuz — por onde passa cerca de 20% do petróleo global — provoca volatilidade instantânea nos preços.

Além disso, especialistas alertam que, se o conflito se intensificar, o petróleo pode atingir US$ 150, o que pressionaria a inflação e aumentaria o custo dos combustíveis e do transporte em todo o mundo. Por outro lado, se o fluxo pelo Estreito de Ormuz não for interrompido, a tendência é que os preços se estabilizem após o choque inicial.

Reação dos Mercados: Calma Relativa e Oportunismo

Apesar da escalada militar, os investidores optaram por cautela, em vez de pânico. Isso se deve, em parte, ao fato de que, nos últimos meses, o mercado já enfrentou diversas crises que não se materializaram em choques duradouros. Assim, muitos traders preferiram esperar, avaliando se a situação realmente afetaria o fornecimento de energia ou se representaria apenas mais um episódio de volatilidade passageira.

Além disso, dados econômicos positivos, como inflação e confiança do consumidor acima do esperado, ajudaram a conter o pessimismo. Dessa forma, o padrão recente se repetiu: os preços recuam após o choque, compradores de oportunidade voltam às compras e o mercado retoma o equilíbrio, ainda que sob risco elevado.

O Papel do Momentum e das Expectativas

Outro fator que contribuiu para a relativa calma foi o fenômeno conhecido como momentum. Ou seja, mesmo diante de notícias negativas, a tendência de alta dos mercados, alimentada por meses de recuperação e liquidez, limitou as quedas. Portanto, enquanto o conflito não se expande para outros países produtores ou não interrompe rotas estratégicas, o mercado tende a absorver o impacto e buscar novas oportunidades.

Em resumo, a tensão entre Israel e Irã elevou o preço do petróleo e trouxe volatilidade, mas não resultou em pânico generalizado nos mercados. Embora o risco de escalada permaneça, investidores seguem atentos ao desenrolar dos acontecimentos, apostando na resiliência do sistema financeiro global e na capacidade de adaptação diante de mais uma crise geopolítica